O projeto valoriza as mulheres, com ênfase nos instrumentos e nas composições, além de mostrar a diversificação de suas obras e ampliar a pluralidade de suas expressões
O projeto pretende refletir sobre as discrepâncias em relação à participação feminina no mercado musical brasileiro, como no aspecto do protagonismo autoral, pois elas representam apenas 7% da arrecadação em direitos autorais, segundo os dados do ECAD. Outro ponto é a profissionalização enquanto instrumentista, que revela percursos históricos marcados por desigualdades e machismos, entre falta de incentivo e dificuldades na priorização da dedicação à carreira.
A programação evidencia essa realidade e procura valorizar as mulheres, com ênfase nos instrumentos e nas composições, além de mostrar a diversificação de suas obras e amplificando a pluralidade de suas expressões, em abril, shows diversos em todos os finais de semana, fazem parte da programação: além dos shows, a aula-show Cavaco e Bandolim, com a cantora Nilze Carvalho, que compartilha sua trajetória entre o choro e o samba, apresentando repertório nos dois instrumentos. Dia 28/4, sexta, das 18h30 às 20h.
Confira a programação de Abril abaixo:
A cantora Ayô Tupinambá apresenta o show Canto pra sobreviver, uma celebração da vida de pessoas trans. Através das transavivências, a artista Ayô Tupinambá revisita, em formato de show, sua própria história, seu corpo, suas emoções e afetividades, tendo como referência as fases de sua vida e o início de sua transição na perspectiva de uma travesti, preta gorda e periférica.
Ayô Tupinambá é travesti, preta, gorda e periférica. Formada em Canto Popular e estudante de Regência Musical pela Etec de Artes. Dentro de sua pluralidade artística, está presente nas artes do canto, teatro e literatura. Participou dos grupos Tirésias e Encontro de Saberes na UFRN-Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pesquisando sobre gênero e sexualidades. A artista ainda atua enquanto diretora e roteirista do espetáculo “Travestis na MPB” fruto de suas pesquisas acadêmicas e lançou quatro músicas: “Canto pra Sobreviver”, “Ancestravas” ,”Inteire” e”Cabrera”, disponível em todas as plataformas digitais e tem apresentado seu show em diversos
festivais e espaços culturais como CCSP, Vila Itororó, CCD e o Auditório do Parque Ibirapuera, além de ministrar palestras, cursos e rodas de conversas em eventos corporativos. O repertório desse show são músicas autorais, músicas de composições de alguns compositores amigos e alguns clássicos da mpb. Dia 15/4, sábado, das 17h às 18h30. Grátis. Livre. Sem necessidade de retirada de ingressos.
Até 1 de maio, o Sesc Bom Retiro vai receber diversos shows:
Em Vertentes Violeiras, com Marina Ebbecke, Vitória da Viola e Mel Moraes, é um encontro de violeiras com apresentação de diferentes timbres da tradicional viola caipira com arranjos em solos, duos e trios, que vão do pop à música regional. Nessa estreia do projeto o trio toca repertório autoral e releituras de canções consagradas do instrumento. Dia 21/4, sexta, das 16h às 17h15
A cantora Bruna Alimonda apresenta o show Estado Febril, primeiro álbum solo da cantora e compositora, o disco tem como característica principal o discurso sobre o amor em sua pluralidade. Como mulher lésbica nordestina, recorre ao amor como refúgio e faz dele tema de suas canções. Com nove músicas autorais, a sonoridade vai do brega de recife aos ritmos latino-americanos que se misturam com a MPB, ritmo berço da arista. Dia 22/4, sábado, das 17h às 18h30
O Show da Praça é com a cantora Aíla com o show da turnê Sentimental, apresenta repertório da música pop da Amazônia pulsa bem dentro da alma em “Sentimental”, terceiro álbum da cantora e compositora paraense Aíla. O show conta com a participação de Fafá de Belém. Nascida na Terra Firme, periferia de Belém, a artista traz os sons das bordas do Brasil para o palco, em um show que é uma avalanche visual e rítmica – com brega, calypso, brega funk, pisêro, carimbó. Nesta apresentação, Aíla sobe ao palco ao lado de Arthur Kunz (bateria e samples), Franci Oliver (percussão e vocais), Allen Alencar (guitarra e vocais) e João Paulo Deogracias (baixo e vocais). A direção musical e artística é assinada pela própria Aíla, e a direção visual e cenografia pela artista visual Roberta Carvalho. Dia 26/4, quarta, das 21h às 22h30 Local. Praça de convivência. 18 anos. Ingresso – R$50 (Inteira) / R$25 (Meia) e R$15 (Credencial Plena).
A cantora Lívia Mattos apresenta o show Apnéia, com uma sonoridade que reflete excessos, faltas de ar, suspensões e suspiros. Dentro do desconforto desses tempos, a busca é inventar novas formas de pensar e existir, pondo em movimento tudo que aperta e sufoca. Esse intento é refletido na sua música, nos dispositivos criativos que geram composições, arranjos e instrumentações originais – com solidez, força e leveza – que apresentam a sanfona em uma proposta instigante e autoral. Dia 28/4, sexta, das 20h às 21h30. Local: Teatro. Ingresso – R$40 (Inteira), R$20 (Meia) e R$12 (Credencial Plena). 10 anos.
A cantora Martina Marana apresenta o show do álbum Eu Toco Mal. Com composições em que ironiza o machismo no meio musical, além de canções inéditas e músicas de compositoras que a influenciaram, como Joyce Moreno e Leci Brandão. Dia 29/4, sábado, das 17h às 18h30
A cantora Nilze Carvalho, apresenta o show Uma vida de samba, comrepertório de canções autorais produzidas em seus mais de 40 anos de carreira. Sambista consagrada, a cantora já fez parcerias com nomes como: Dona Ivone Lara, Mart’nália, Olívia Hime, Zélia Duncan, Fátima Guedes, Roberta Sá, Ana Costa e Teresa Cristina. Dias 29 e 30/4, sábado, às 20h e domingo, às 18h. Ingresso – R$40 (Inteira) / R$20 (Meia) / R$12 (Credencial Plena). A partir de 10 anos.
O show Samba das Mil e Umas é uma homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras com umna roda de samba. Com Luana Bayô, Victória dos Santos, Aináh Margot, Eliane Alves, Kelly Adolpho, Helô Ferreira, Simone Gonçalves, Tati Salomão e Tahyná Oliveira. Samba das Mil e Umas celebra a data com uma seleção de músicas com a voz e apresentação da cantora Luana Bayô. No repertório um primoroso conjunto de canções clássicas do samba que homenageiam as grandes compositoras, intérpretes e instrumentistas do gênero, como Dona Ivone Lara, Alcione e Beth Carvalho. E o público poderá se juntar à roda das bambas do samba, sentado ou em pé, cantando, dançando e participando com seus pedidos de sambas favoritos. Dia 1/5, segunda, às 16h.
Foto de capa: divulgação