O dia 29 de janeiro marca o Dia da Visibilidade Trans. A escolha da data se deu 2004, quando, pela primeira vez, pessoas travestis e transgênero estiveram no Congresso Nacional para pressionar os parlamentares e exigir visibilidade para as demandas sociais da comunidade.
Em 2021, a Casa 1 realiza a Semana da Visibilidade Trans pelo quarto ano consecutivo, com uma programação composta exclusivamente por pessoas trans. A programação inclui transmissão online da peça “Wonder – vem pra barra pesada”, com a atriz Wallie Ruy e os pocket shows de Danna Lisboa e Alice Guél, tudo ao vivo direto do Teatro Oficina; além do lançamento da coleção literária “Traviarcado” e oficina de escrita com o dramaturgo e ator Daniel Veiga.
Todas as atividades são gratuitas.
Para fugir da realidade dos eventos que costumam ganhar destaque nessa data, cujo foco é falar sobre como é ser trans, a Casa 1 busca evidenciar as vivências e os trabalhos protagonizados por pessoas trans. A ideia é exaltar a pluralidade de artistas e profissionais trans e fugir dos estereótipos.
Neste ano a curadoria ficou por conta da atriz Renata Carvalho, que explica as escolhas da programação: “Queremos com essa edição fazer uma ode ao Traviarcado, celebrando nossa transcestralidade, pluralidade e diversidade do ser trans/travesti, reafirmando nosso senso de coletivo e comunidade”.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA 29/01 (SEXTA) – DIA DA VISIBILIDADE TRANS
Lançamento da coleção “Traviarcado”, da Editora Monstra, da Casa 1.
Com textos de Sara Wagner York, Bruna Benevides (Antra) e Ian Geike.
A publicação será digital e a distribuição gratuita.
Apresentações ao vivo, direto do Teatro Oficina: 18h
Abertura. 18h10 – Pocket Show de Danna Lisboa.
Duração: 40 min.
19h – Pocket Show de Alice Guél. Duranção: 40 min.
20h – Wonder – vem pra barra pesada, com Wallie Ruy. Duração: 90 min.
22h – Encerramento.
DE 01 a 17/02 – OFICINA DE ESCRITA
01, 03 e 05/02 – Oficina de escrita com o roteirista, dramaturgo e ator Daniel Veiga.
08 e 10/02 – Projeto gráfico dos textos criados nos encontros anteriores, com a artista visual Laura Daviña, do Parquinho Gráfico.
17/02 – Finalização dos textos e do projeto gráfico.
Após os encontros, a Editora Monstra lançará uma publicação coletiva com as obras literárias criadas a partir da oficina. As inscrições e a oficina são gratuitas. Para se inscrever, basta acompanhar as redes da Casa 1, onde será publicada a chamada.
Obviamente, em razão do contexto da pandemia de coronavírus, este ano toda a programação será exclusivamente online. Para além da efeméride, artistas trans encontram espaço na programação da Casa 1 ao longo de todo o ano. Essa sempre foi uma das preocupações da organização, que é mantida exclusivamente por meio de doações da sociedade civil. “Quando lutamos por representatividade nas artes, estamos lutando por representatividade em todos os âmbitos sociais. Possibilitar ou facilitar a prática artística desses artistas é uma forma também de contribuir com nossa permanência. É importante termos espaços para ensaiar, experimentar, estudar, partilhar e exercer nosso ofício, e muitos de nós não conseguimos ter acesso a esses espaços para compartilhar nossas produções artísticas”, afirma Renata Carvalho.