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Impacto da pandemia na vida de brasileiros é tema de exposição virtual

Diários da Pandemia: Um dia por vez reúne 48 histórias de pessoas que vem enfrentando os desafios de um mundo impactado pelo coronavírus 

O mundo todo parou.

A rua está vazia.

O céu tão azul está vazio.

A quadra de tênis está vazia.

Só eu, na janela, sonho.

G.A, 89 anos
1º de junho de 2020

Começa assim, com este depoimento, a mais nova exposição virtual do Museu da Pessoa “Diários da Pandemia: Um dia por vez”. A exposição conta com parceria da Fontys School of Fine and Performing Arts, da Holanda, e apoio do Consulado Geral dos Países Baixos no Brasil.

Trata-se de uma coleção de 48 histórias de brasileiros e holandeses que vem enfrentando os desafios do isolamento social e de uma pandemia que, a depender do ponto de vista geográfico, parece não ter fim. 

Os relatos resgatam desde os primeiros dias de quarentena, quando o Covid-19 ainda não apresentava ser uma ameaça duradoura, até o impacto das novas ondas de contágio do vírus. Foram colhidos cerca de 600 relatos entre março de 2020 e abril de 2021, e todos ficarão disponíveis no acervo do Museu. 

A exposição resulta de ações que o Museu da Pessoa lançou em 2020 como a campanha Diário para o Futuro. Nas palavras de Karen Worcman, diretora e fundadora do Museu da Pessoa, “a iniciativa foi uma oportunidade das pessoas compartilharem histórias de seu dia a dia e também contribuir com a construção de um acervo colaborativo, para que no futuro possamos entender que momento foi esse”.

Relatos coletados por outras iniciativas também integram a exposição. São eles o Inventário de Sonhos, uma iniciativa para coleta de sonhos organizada por psicanalistas de diferentes partes do Brasil, e o projeto Reinventar-se: Narrativas Digitais da Docência em 2020, da Unifesp.

Caminho curatorial

O nome da exposição tem um motivo: criar uma navegação que reflita a criação de um diário. Para chegar à linha narrativa, a equipe de curadores trabalha a noção do tempo de duas formas: sequencial e aleatória.

O tempo sequencial diz respeito à passagem das horas, dos momentos de um dia. A exposição começa em uma manhã, avança pela tarde, noite e madrugada, até terminar na alvorada de um novo dia. E, em cada etapa, há narrativas específicas, além de cores de fundo, que dialogam com o momento do dia. 

Ao mesmo tempo, a exposição ressalta a ideia de que, durante a pandemia, a temporalidade mexe com nossas cabeças. Para Lucas Lara, diretor de museologia do Museu da Pessoa, a proposta é transparecer que alguns dias parecem durar séculos, enquanto outros passam voando. 

“Muitas vezes sentimos que estamos vivendo o mesmo dia que vivemos meses atrás. Isso está refletido nas datas em formato calendário, que avançam e retrocedem conforme a exposição se desenrola. Conseguimos mostrar quando os relatos foram feitos, ao mesmo tempo em que trazemos a reflexão de que poderiam ser de hoje, de ontem ou mesmo de amanhã”, detalha.

Sobre a mistura dos depoimentos de brasileiros e holandeses, Lara reforça que o que nos aproxima é muito maior do que aquilo que nos difere. “Ao analisar as mais de 600 histórias que recebemos, o interessante é que não era possível saber quais histórias eram de brasileiros ou de holandeses. Todos, seres humanos, de diversas idades e localidades, relatavam seus sentimentos em meio a tudo que estamos vivendo. Por isso também mantivemos o anonimato. Pois cada uma dessas histórias poderia ser nossa”, conclui.

A exposição fica em cartaz por tempo indeterminado no site do Museu da Pessoa

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