BLOG

Corona Boogie Oogie é finalista do concurso Drag Danger 2022, a maior competição de arte drag do Brasil

A competição ocorre nesta sexta-feira, dia 16 de Dezembro na Danger Dance Club em São Paulo e marca a retomada do evento após a pandemia

Nesta sexta-feira, dia 16 de dezembro, ocorre a final do Concurso Drag Danger 2022. A competição é a maior premiação nacional de arte drag do Brasil e a decisão sobre a ganhadora conta com a participação do público. A torcida tem função decisiva na escolha da drag vencedora. 

Corona Boogie Oogie é finalista da competição. Com o desejo de interpretar mulheres negras inspiradoras, ao longo das apresentações eliminatórias e dos 17 anos de trajetória na dança, contar histórias como as de Xica da Silva e a deusa hindú Kali, passando pelos ícones da música negra como Beyoncé e Donna Summer, são o principal campo de pesquisa criativa do artista que dá vida à drag queen Corona Boogie Oogie. Rui Rodrigues dos Santos Junior, de 29 anos, nasceu em São Paulo e participa do concurso pela terceira vez. 

“A cada ano o desafio de manter o público interessado para que queiram ver a sua próxima performance é um combustível fundamental nesta jornada. Eu não subestimo o público da noite LGBTQIA+ e acredito que posso usar a arte drag para entregar também conteúdo, não só brilho e acrobacias. Não é só na formalidade das poltronas de um teatro onde se podem contar boas histórias”, declara o artista.

É habitual nas apresentações de Corona Boogie Oogie ver saltos, movimentos do Vogue e da cena Ballroom, extremamente vigorosos e atléticos. Júnior dança desde os 12 anos e em 2017 criou sua drag queen, no curso do professor Zé Carlos Gomes. O nome escolhido foi uma homenagem à cantora Corona, a brasileira Olga de Souza, que nos anos 90 alcançou o sucesso meteórico com o hit do eurodance, Rhythm of the Night. E o sobrenome Boogie Oogie veio por conta da banda favorita de Júnior, Earth, Wind and Fire. 

Entre as suas referências nacionais da arte drag, Júnior destaca Márcia Pantera, Ingrid de Biaggi, Striperella e Leyllah Diva Black. E musicalmente toda a produção de música negra e Disco dos anos 70, 80 e 90 são inesgotáveis fontes de inspiração. 

Em 2018, Corona participou de 2 concursos dos quais saiu ganhadora, e pela primeira vez, concorreu ao Drag Danger. À época, lembra Júnior, só possuía um mesmo figurino. Mas mesmo assim, chamou a atenção dos curadores da casa, sendo convidado a integrar o cartaz eventualmente. Em 2019, concorreu novamente ao título, ficando em 3°lugar. A partir daquele ano, Corona conquistou a chance de compor o elenco fixo da casa. 

Já em 2020, com o lockdown e a interrupção de toda a cena noturna na cidade, Júnior sentiu o impacto da coincidência do nome de sua drag ser também o nome que marcou todo o período da pandemia. “Sou um apaixonado pela arte drag e viver a Corona Boogie Oogie foi um sonho que adiei por muito tempo. Jamais imaginaria que justo o nome da minha drag viria a profetizar um tempo tão complicado para cultura, para o entretenimento e para o ofício artístico. Mas neste momento de retomada, inclusive paralisei outras atividades como meu emprego formal em um escritório financeiro, para me dedicar por completo às apresentações eliminatórias do concurso, que vem ocorrendo desde julho deste ano. Quem assiste a um concurso desses na TV não consegue ter a dimensão da emoção de viver isso ao vivo. Além da possibilidade de prestigiar a cultura drag brasileira, que tem expressões artísticas que só nós temos, como o bate-cabelo, há elementos que a gente só vê no Brasil, onde tudo é feito na raça! Espero contar com a presença de todos os apreciadores da arte drag numa noite que certamente será histórica”, convida Corona Boogie Oogie.

Serviço:

Final do concurso Drag Danger 2022, com Corona Boogie Oogie

Dia: 16 de Dezembro, a partir das 23h50. 

(as apresentações do concurso ocorrem às 3h)

Local: Danger Dance Club. Rua Rêgo Freitas – 470. República, São Paulo.

Ingresso: 30 reais ou 70 reais (consumíveis) 

Foto de capa: divulgação/ Oscar Freitas

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

Notícias Relacionadas

Em SP, mostra Todos os Gêneros homenageia cultura drag queen

Reality “Favela Drag” abre inscrições para drags da que...

“De Repente Drag” estreia no Canal Brasil em dezembro

Reality show com drag queens do Distrito Federal estreia dia 27 de ...

Drag Brunch Brasil: edição Halloween acontece em outubro em duas se...

Espetáculo All Winners trará ao Brasil cinco vencedoras de RuPaul&#...

Museu da Diversidade Sexual reabre com mostra “Duo Drag”

Pitayas se apresenta na Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo

“Mamãe, tem uma drag queen contando histórias” leva med...

Diego Martins, integrante do trio Pitayas, lança música solo nesta ...

Themônias viram um movimento político-cultural de Belém

Museu da Diversidade Sexual inaugura exposição de retratos de Drag ...