Primeira edição do evento reuniu quarenta casais LGBTQIAPN+ no centro de São Paulo
No dia 16/12, a Casa 1 realizará a segunda edição do casamento coletivo, que aconteceu pela primeira vez em dezembro de 2018.
Além de reafirmar um direito conquistado com muita luta, o casamento é um evento simbólico, que reconhece a formação de um núcleo familiar e os amores entre as pessoas LGBTQIAPN+.
Histórias em que, com o falecimento do companheiro, o outro integrante do casal passa por uma alienação familiar – não tendo sua união reconhecida para velar o marido ou participação na divisão do patrimônio que construíram juntos, não são incomuns. Por esses motivos, para algumas pessoas LGBTQIAPN+, se resguardar juridicamente é tão importante.
A Casa 1 se posiciona mais uma vez não apenas pelos direitos jurídicos das pessoas LGBTQIAPN+, mas também pelo direito à felicidade e à celebração da comunidade.
Na primeira edição do evento, quarenta casais passaram pelo Galpão e saíram com documentação oficializando casamento civil, alianças e uma festa, com o apoio do Cine Joia e do clube Lyons.
Entre 2018 e 2023, a Casa 1 passou por significativos avanços estruturais. Com a construção de uma cozinha comunitária e um salão de beleza escola, o espaço tem toda a estrutura necessária para a realização de um casamento para 10 casais.
Para custear todas as burocracias necessárias, a Casa 1 recebe doações pela chave pix contato@casaum.org e as empresas que desejam firmar parcerias para o evento podem encaminhar uma mensagem para parcerias@casaum.org
Afeto é direito
O primeiro casamento coletivo da Casa 1 aconteceu logo depois da eleição de Jair Bolsonaro, que se posicionou diversas vezes durante a campanha contra o casamento homoafetivo.
Mesmo com a mudança na cadeira do Executivo, a oposição à união igualitária segue sendo uma pauta no Congresso: este ano, a Comissão da Família na Câmara dos Deputados, aprovou por 12 votos a 5 um projeto de lei que tem como objetivo proibir o casamento igualitário no Brasil.
Apesar de não estar oficialmente na legislação brasileira, a equiparação de direitos para união entre pessoas do mesmo sexo acontece desde 2011, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Dois anos depois, o Conselho Nacional de Justiça emitiu uma norma definindo que todos os cartórios do país deveriam realizar a união entre pessoas homoafetivas.
Segundo dados dos cartórios de registro civil do país, já são mais de 82 mil uniões LGBTQIAPN+ oficializadas e, mesmo inconstitucional, o PL contra a união destas famílias encontrou eco em muitos setores da sociedade brasileira.