BLOG

Indígenas marcham pelo centro de Brasília contra o Marco Temporal

Indígenas realizam nesta sexta-feira (10) um ato na região central de Brasília. O grupo reúne participantes da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas.

Segundo os organizadores, cerca de 5 mil mulheres de mais de 172 etnias indígenas estão acampadas próximo à Funarte (Fundação Nacional de Artes), a 5 quilômetros da Praça dos Três Poderes. As informações são da Agência Brasil.

Com faixas contra o governo federal e pela manutenção de seus direitos constitucionais, o grupo deixou o acampamento por volta das 9h desta sexta e seguiu em caminhada pelo Eixo Monumental até a avenida W3 Sul, de onde foi para a Praça do Compromisso.

Na praça, o grupo homenageou a memória do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, morto, no local, por cinco jovens de classe média que, em 1997, atearam fogo em seu corpo. Durante o ato, um boneco alusivo ao presidente Jair Bolsonaro foi queimado.

A marcha pela região central de Brasília estava prevista para quinta (9), mas, por segurança, os coordenadores decidiram adiá-la. Ainda por segurança, os indígenas optaram por caminhar até a Praça do Compromisso, e não mais até a Praça dos Três Poderes.

“As forças de segurança do Distrito Federal recomendaram que, por precaução, as mulheres ficassem aqui mesmo, no acampamento. Decidimos não fazer a marcha até a Praça dos Três Poderes por entender que ainda há muita gente armada na cidade”, disse na quinta Danielle Guajajara.

LUTA PELA VIDA

Desde a última terça-feira (7), os participantes da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas se somam aos remanescentes do movimento Luta Pela Vida, acampamento indígena que, nas últimas semanas, chegou a reunir 6 mil pessoas na capital federal para acompanhar o julgamento, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), do futuro das demarcações das terras indígenas.

O movimento indígena reivindica pressa na demarcação de novas reservas, com a conclusão dos processos de reconhecimento em fase avançada. E, principalmente, cobra que os ministros do STF refutem o chamado marco temporal, tese segundo a qual só teriam direito às terras pertencentes a seus ancestrais as comunidades que as estavam ocupando ou já as disputavam na Justiça em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

O movimento também se opõem às propostas de liberar a mineração em seus territórios e flexibilizar as normas de licenciamento ambiental em todo o país e ainda cobram ações públicas contra a violência contra as mulheres indígenas e a favor da saúde dos povos tradicionais.

Foto de capa: Folha Press

BRASÍLIA, DF

A Folhapress é a agência de notícias do Grupo Folha e comercializa e distribui diariamente fotos, textos, colunas, ilustrações e infográficos a partir do conteúdo editorial do jornal Folha de S.Paulo, do jornal Agora e de parceiros em todos os Estados do país. O serviço da Folha Press foi contratado pela Casa 1 em março de 2021 para estimular o acesso à informação de qualidade, com responsabilidade ética e jornalística e é publicado junto de conteúdos produzidos pela equipe de comunicação e outra agências de notícia independentes, igualmente qualificadas.

Notícias Relacionadas

Memorial da Resistência promove programação especial de encerrament...

MST realiza o 1º Encontro Nacional de Travestis e Transexuais Sem T...

MPF pede revogação de norma do CFM que recomenda cirurgia precoce e...

O que diz nova resolução do Governo de SP sobre pessoas LGBT+ no si...

AzMina lança site que reúne todas as informações sobre aborto no Br...

Casa1 participa do 1º Encontro de Referência LGBTQIAPN+ em Fortaleza

Lula veta parcialmente projeto de marco temporal do Congresso

Exigir cirurgia para trans irem a prisões femininas é política tran...

A cara da dura: homens trans do RJ enfrentam o preconceito na hora ...

Lula cria pacto nacional de prevenção a feminicídios  

Novo RG não terá campo ‘sexo’ nem distinção entre ‘nome’ e ‘nome so...

Ministério dá posse a membros do conselho LGBTQIA+