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Projeto “Lentes Coloridas” pesquisa perfil de profissionais LGBTQIAPN+  no audiovisual baiano

Em fase inicial, pesquisadores convidam público a participar de questionário que resultará em mapeamento e registro de histórias, visando diversidade e inclusão no mercado de trabalho

Identificar o perfil dos profissionais LGBTQIAPN+ que trabalham na indústria audiovisual baiana e registrar suas histórias, desafios e interesses, promovendo um diálogo aberto com a sociedade sobre diversidade e inclusão no mercado de trabalho. Esse é o objetivo central do projeto de pesquisa e publicação “Lentes Coloridas: Profissionais LGBTQIAPN+ no Audiovisual Baiano”, proposto pelos pesquisadores e doutores em comunicação: João Araújo, Maíra Bianchini e Rodrigo Lessa.

O projeto, que está em sua fase inicial, parte de uma pesquisa quantitativa e qualitativa e convida profissionais LGBTQIAPN+ do audiovisual baiano para participarem do mapeamento, através de questionário disponibilizado online. “Profissionais de qualquer setor do audiovisual podem contribuir com a pesquisa. Desde quem trabalha com YouTube e publicidade a quem atua nas áreas de videogames, cinema ou TV; de quem roteiriza, produz ou dirige a quem trabalha com maquiagem, desenhando sets ou com a parte elétrica. Também é possível responder de forma anônima”, reforça a produtora Maíra Bianchini.

Após o período de coleta de dados serão selecionados até cinco diferentes perfis para participarem de uma entrevista em profundidade, em um processo de escuta sensível, que resultará na produção de um livro disponibilizado nas versões impressa, digital e audiolivro, além de um podcast. Os conteúdos contarão com recursos de acessibilidade e serão divulgados gratuitamente. Todo esse processo de investigação será conduzido por uma equipe inteiramente LGBTQIAPN+.

“A nossa principal proposta é registrar as histórias desses profissionais na memória escrita e sonora da cultura audiovisual do estado, fomentando o orgulho LGBTQIAPN+ entre os membros desta comunidade que trabalham com audiovisual na Bahia”, ressalta o coordenador de pesquisa João Araújo.

Segundo os pesquisadores, há uma grande lacuna nas investigações sobre o audiovisual que levem em conta a população LGBTQIAPN+, ao mesmo tempo em que existe um grande consumo e interesse deste conteúdo pela população brasileira. “A palavra “séries” foi uma das 10 mais buscadas ao lado de LGBTQIA+ em 2022, sendo o Brasil o quarto país do mundo que mais buscou por séries relacionadas a este segmento da população no último ano”, destaca Rodrigo Lessa, coordenador geral do projeto.

Ainda com o intuito de fomentar o debate e sensibilizar o público no que diz respeito à necessidade de promover inclusão acerca de pautas relacionadas à diversidade de gênero e orientação sexual, o projeto realizará “Rodas de conversa” em formato digital. Esses encontros serão mediados pela pesquisadora Maíra Bianchini, que vai debater com a pessoa convidada os resultados obtidos pela pesquisa e questões diversas acerca de sua vida, sua profissionalização no mercado audiovisual e as interfaces com o fato de ser uma pessoa LGBTQIAPN+.

Dúvidas e sugestões podem ser enviadas para o coordenador da pesquisa, João Araújo, através do e-mail lentescoloridas.lpg@gmail.com

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

Sobre os pesquisadores

Maíra Bianchini – Pós-doutora e doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA, membro do grupo de pesquisa A-Tevê – Laboratório de Análise de Teleficção e pesquisadora de séries de TV e mercado audiovisual. É cofundadora do Estude Séries, empreendimento destinado a cursos e consultorias para profissionais e pesquisadores de obras audiovisuais seriadas, e bolsista de Extensão no País (EXP-C) do CNPq, no projeto A ficção televisiva brasileira como recurso de promoção da cidadania, ligado ao Obitel Brasil – Rede Brasileira de Pesquisadores de Ficção Televisiva. Foi coordenadora pedagógica e professora dos projetos narrAtiVas – Programa de Formação Audiovisual da Bahia (edital SAV/MINC/FSA nº 13/2018) e Laboratório Sala de Roteiristas (Prêmio das Artes Jorge Portugal 2020, Aldir Blanc Bahia) e professora e consultora de mercado audiovisual do Usina do Drama (Fundo de Cultura da Bahia, SEFAZ/SECULT 2020). Autora dos e-books Mercado audiovisual global em tempos de streaming: produção e distribuição de séries televisivas partes I e II.

João Araújo – Doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (PPGCCC – UFBA), membro grupo de pesquisa em Análise de Teleficção (a-tevê) e do braço brasileiro do Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva (Obitel/Brasil). Foi professor substituto das disciplinas Estética da Comunicação e Oficina de Comunicação Audiovisual também pela Universidade Federal da Bahia, e hoje atua como professor, pesquisador, organizador e coordenador pedagógico em empreendimentos culturais e acadêmicos diversos. Dentre esses empreendimentos, se destacam por ter tido financiamento público,  no caso educacional, os projetos “Oficinas de Roteiro para Plataformas Multimídia” (proponente, assistente de produção, coordenador pedagógico e professor), “Balão das Letras – Oficinas de Adaptação Quadrinhística” (coordenador pedagógico e professor), “Ler a tela, ver o texto: oficina de letramento midiático” (professor), e Narrativas – Programa de Formação Audiovisual da Bahia (professor). Já na pesquisa, se destacam a proponência e coordenação dos projetos de investigação “Vários Mundos, Uma Bahia: Um Estudo da Ficção Seriada Baiana” (financiado pelo Edital Setorial de Audiovisual do Fundo de Cultura da Bahia, 2019) e “Jogos de Todos os Santos: um estudo da construção de mundos ficcionais nos videogames baianos” (Prêmio das Artes Jorge Portugal 2020 – Premiação Aldir Blanc Bahia). Além disso, também tem atuação contínua junto ao Centro de formação de roteiristas de narrativas seriadas para televisão e internet Estação do Drama (UFBA). No que diz respeito à sua produção, João tem mais de 30 trabalhos publicados, incluindo 3 livros autorais, capítulos em livros e artigos em periódicos brasileiros e internacionais, e anais de congressos.

Rodrigo Lessa – Doutor em Comunicação pela UFBA. É professor, pesquisador, palestrante e consultor de marketing transmídia para projetos audiovisuais de séries e filmes. Realizou estágio doutoral na University of Hertfordshire (Reino Unido), onde atuou como pesquisador e professor visitante. É cofundador do Estude Séries, empreendimento destinado a cursos e consultorias para profissionais e pesquisadores de obras audiovisuais seriadas. Atualmente é professor na Universidade Católica de Pernambuco (trabalho remoto) e no projeto de formação de roteiristas de séries televisivas Estação do Drama; é pesquisador no A-Tevê – Laboratório de Análise de Teleficção (CNPq/UFBA) desde 2009; é membro da Rede de Pesquisa em Narrativas Midiáticas e Práticas Sociais, onde desenvolve o projeto de pesquisa Letramento transmídia e as realidades brasileiras (CNPq Universal, 18/2021).  Lessa já atuou como professor na Facom/UFBA (tirocínio docente), no Centro Universitário UniRuy | Wyden, no Usina do Drama (Fundo de Cultura da Bahia, 2020), no Narrativas – Programa de Formação Audiovisual da Bahia (melhor avaliado no edital SAV/MINC/FSA em 2018) e na Pós-graduação em Cinema do Rizoma Audiovisual (Fundo Setorial do Audiovisual, Ancine). É autor dos livros “Seriados de TV e narrativa transmídia” (Edufba, 2020), “Estratégias de marketing para audiovisual” (Benditas, 2020) e “Criação e desenvolvimento de narrativas transmídias” (Benditas, 2020, em coautoria com Marcelo Lima), além de diversos artigos científicos e capítulos de coletâneas de livro.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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