Em sete anos a Casa 1 passou, como todo mundo, por grandes desafios: pandemia e endemias, governos de extrema direita, crises econômicas e ambientais e por aí vai. E como todo mundo nós resistimos, trabalhando incansavelmente e lutando contra um sistema social e econômico que faz tudo para que projetos como o nosso, que tem como objetivo o combate das desigualdades, não existam.
E para viabilizar todo o extenso trabalho que você pode ver em detalhes em todas as nossas prestações de conta, contamos com uma dezena de estratégias de financiamento, que vão de doação de pessoas físicas a editais públicos e privados, passando por bazares, ações especiais, interlocução com o poder público, entre outros.
Além dessas estratégias, sempre contamos com o próprio mercado, que por meio de ações de marketing auxiliaram na manutenção do projeto e que em 2021 chegou a ser responsável por 40% da nossa arrecadação.
Porém, ano a ano essas ações de marketing, assim como a relação com as empresas foram se tornando cada vez menores, em especial em relação ao montante doado pelas marcas.
Contamos ainda com apoios importantes e fundamentais de marcas e empresas comprometidas a longo prazo como a MAC Cosméticos que patrocina nosso curso profissionalizante de maquiagem há três anos e a Absolut, que desde 2018 realiza ações anualmente, foi ela inclusive que ajudou a viabilizar o II Casamento Coletivo que aconteceu no final do ano passado. Não por acaso, ambas as marcas têm uma relação histórica com a comunidade LGBTQIAPN+ que teve início lá nos anos 80.
Citamos esses exemplos, não só em agradecimento, mas também para evidenciar que existe comprometimento real e existe moda. Infelizmente, para a grande maioria das marcas e empresas, a diversidade é apenas moda.
Em diálogo direto com outras organizações LGBTQIAPN+, assim como projetos com foco em negritude e direitos das mulheres, a realidade é a mesma: não existe mais interesses das marcas e empresas a auxiliar projetos que tratam desses temas.
Em uma matéria do Meio e Mensagem, veículo especializado em publicidade e marketing, que avaliou a relação das marcas nos EUA com a comunidade LGBTQIAPN+ o diagnóstico foi o mesmo.
“É extremamente decepcionante quando parceiros corporativos que por muitos anos verbalizaram o apoio à comunidade, parecem estar ao lado dela apenas nos momentos bons e não nos mais difíceis”, declarou Paul Irwin-Dudek, vice-diretor executivo da GLSEN, uma organização sem fins lucrativos focada na educação inclusiva e segura de jovens LGBTQIAP+.
E nós compartilhamos a frustração de Paul, por isso pedimos que vocês façam muito barulho, que cobrem as marcas que consomem para que apoiem, não só a Casa 1, como outros milhares de projetos de diversidade importantíssimos que temos pelo país.
E claro, se você tiver essa possibilidade, doe, porque, como sempre fizemos questão de dizer, todo valor é importante!