Eduardo França e Rodrigo Bryan falam sobre paternidade trans
Por Natália Sousa
Na vida de Rodrigo Bryan, as primeiras conversas sobre a paternidade rolaram já nos primeiros encontros, mas levou um tempo até que ela realmente se concretizasse no nascimento de Isabella. “Foram seis meses de tentativa”. Esse tempo foi importante para que Rodrigo conseguisse elaborar o plano traçado junto com a esposa: era ele quem geraria o bebê. No vídeo dessa semana do “Mas vocês veem gênero em tudo?”, ele compartilhou os medos que sentiu ao ver o teste positivo, como foi a reação da família e quais as sensações que teve ao ver a própria barriga crescendo.
Homens que têm útero podem ter filhos naturalmente. Nesse caso, os médicos orientam que o casal interrompa o tratamento hormonal para que o corpo se prepare para gerar, no caso dos homens trans, e para reproduzir, no caso das mulheres trans. O ginecologista Nícolas Cayres diz que ao engravidarem, homens trans podem sentir inchaço na região das mamas, mudança de humor e, em alguns casos, disforia – que tem a ver com uma angústia e/ou insatisfação com algumas partes do corpo. Mas boa parte dessas mudanças são passageiras.
Amamentar também é possível
A amamentação também é uma possibilidade para pessoas trans. No caso dos homens, ela pode acontecer naturalmente, caso eles não tenham passado pela cirurgia de retirada das mamas. E no caso das mulheres, um tratamento com hormônios é o bastante para a produção de leite acontecer.
Na empresa que trabalha, Eduardo França, que gerou Teresa, conseguiu uma licença parental para que pudesse se recuperar do puerpério e também se dedicar aos cuidados da filha. Ele chamou a atenção para a importância das empresas pensarem nas necessidades de pais trans que engravidam.
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