O Dia do Imigrante é comemorado em 25 de junho no Brasil. Segundo dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), atualmente 1,3 milhões de pessoas imigrantes residem no Brasil.
Criada para homenagear as milhares de pessoas que deixam para trás amizades, laços e família, o dia também reflete sobre as dificuldades e os motivos que fazem as pessoas migrar. Entre elas estão: crise financeira, guerra, mudanças climáticas e LGBTfobia. Muitas vezes as pessoas continuam enfrentando essas e outras dificuldades no novo país.
Listamos neste texto 13 conteúdos entre livros, filmes, séries e podcast para refletir sobre o tema.
FLEE – A Fuga
Amin era menor quando chegou à Dinamarca sozinho, vindo do Afeganistão. Hoje, com 36 anos, é um académico de sucesso e está noivo do seu namorado de longa data. Mas esconde um segredo há mais de 20 anos, que começa a ameaçar arruinar a vida que construiu para si.
Luciérnagas
Depois de escapar da perseguição em seu país, Ramin, um jovem gay iraniano, chega ao México quando o navio mercante que ele tomou na Turquia atraca em Veracruz.
Little America – The Son (Temporada 1, episódio 8)
Little America é uma série de televisão antológica estadunidense produzida para a Apple TV+. No episódio 8 conhecemos a história de um homem gay Sírio que busca refúgio na América. Disponível na Apple Tv.
Era o Hotel Cambridge
Dirigido por Eliane Caffé, o filme narra a trajetória de refugiados recém-chegados ao Brasil que, juntos com trabalhadores sem-teto, ocupam um velho edifício abandonado no centro de São Paulo. Disponível no Google Play, Apple Tv e Youtube.
O Voo da Beleza
Documentário etnográfico sobre a vida de travestis e transexuais brasileiras que vivem na Europa. Elas aspiram ao coroamento no atravessar de fronteiras: de gênero, territoriais, sociais e existenciais. Todavia, o que o cotidiano no Velho Mundo lhes reserva? Diante de uma Europa cada vez mais xenófoba, suas experiências nos informam sobre a comédia inevitável dos gêneros e sobre um certo “Voo da Beleza”. Ganhador dos Prêmios “Melhor Pesquisa para Documentário” no Festival de cinema For Rainbow, 2012; “Menção Honrosa” do Prêmio Pierre Verger, da Associação Brasileira de Antropologia, 2016. Disponível gratuitamente no canal da TV ABA no Youtube.
And Breathe Normally
Duas pessoas têm suas vidas conectadas de forma inesperada: uma mãe solteira islandesa que luta contra a pobreza e uma refugiada de Guiné Bissau que pode ser deportada. Disponível na Netflix.
Overseas
O documentário nos imerge num dos muitos centros de formação dedicados a preparar as mulheres filipinas para o trabalho doméstico no estrangeiro. Como milhões de mulheres em todo o mundo, elas têm que deixar seus filhos para cuidar dos filhos de outras pessoas, adultos, idosos e também de suas casas. Neste centro, os exercícios de dramatização as tornam prontas e capazes de enfrentar o confinamento, o abuso, a saudade de casa e também o assédio sexual. O filme traz à tona a situação das trabalhadoras domésticas migrantes e da escravidão moderna. Ao mesmo tempo, mostra a resiliência, a irmandade e as estratégias que as mulheres migrantes compartilham para superar seu sofrimento.
Ser Brasil – Migrantes e Refugiados
Série de nove episódios documentais, em seis idiomas, conta as histórias de vida de migrantes e refugiados no Brasil. Disponível no canal da Organização Internacional do Trabalho.
Humanflow — Não existe lar se não há para onde ir
O filme-documentário é dirigido por Weiwei, um ativista político que foi preso, perseguido e expulso de seu país. A obra faz um panorama de crises de refugiados de mais de 20 países e expõe os motivos que levam milhões de pessoas ao redor do mundo a deixarem seus países e iniciarem uma jornada dura, incerta e cruel. Disponível no Youtube, Apple Tv e Google Play.
Exodus – De onde vim não existe mais
Em “Exodus”, o espectador acompanha as trajetórias de Napuli, Tarch, Dana, Nizar, Bruno, Lahtow e Mahka em busca de uma vida em segurança. Napuli é uma ativista política que teve de deixar o Sudão do Sul, passou por Uganda e agora luta para permanecer na Alemanha. Tarcha nasceu no Saara Ocidental e precisou fugir para a Argélia, onde vive em um campo de refugiados. Nascida na Síria, Dana chegou no Brasil via Turquia e está desesperada para reunir sua família no Canadá. A jornada de Nizar, um Sírio-Palestino, passa pelo Brasil, Cuba, e Europa, onde ele espera receber refúgio e reunir sua família. Bruno, de Togo, viveu em campos de refugiados na Alemanha durante nove anos, até ser finalmente legalizado e passar a ajudar outros refugiados. Lahtow e Mahka, de Mianmar, tiveram que deixar suas casas devido a conflitos militares. As histórias são narradas por Wagner Moura.
Passagem Só de Ida
Passagem só de ida é um podcast de compartilhamento de histórias de pessoas LGBT+ brasileiras e estrangeiras que migraram para a cidade de São Paulo, ou passaram por ela, em algum momento de suas vidas. Cada episódio traz o relato de alguém sobre os seus processos de deslocamento físico e subjetivos, priorizando a sua liberdade narrativa e os marcos pessoais por meio dos quais ela conta a sua trajetória e recompõe a sua história. Um projeto da Casa 1 com Acervo Bajubá e apoio da Rede de Mulheres Imigrantes Lésbicas, Bissexuais e Pansexuais – SP.
Pachinko
Livro narra a saga de três gerações de imigrantes coreanos no Japão do século XX. No início dos anos 1900, a adolescente Sunja, filha adorada de um pescador aleijado, apaixona-se perdidamente por um rico forasteiro na costa perto de sua casa, na Coreia. Esse homem promete o mundo a ela, mas, quando descobre que está grávida ― e que seu amado é casado ―, Sunja se recusa a ser comprada. Em vez disso, aceita o pedido de casamento de um homem gentil e doente, um pastor que está de passagem pelo vilarejo, rumo ao Japão. A decisão de abandonar o lar e rejeitar o poderoso pai de seu filho dá início a uma saga dramática que se desdobrará ao longo de gerações por quase cem anos.
Em 2022, a Apple TV lançou uma série baseada no livro que já virou um best seller.
Precisamos de novos nomes
Escrito pela zimbabuense NoViolet Bulawayo, a obra conta a história de Darling, uma menina que mora no bairro do Paraíso, na periferia do Zimbábue, que no período retratado vivia sob um regime autoritário e em forte crise econômica. Pelo seu olhar inocente, a garota narra o cotidiano do lugar, transparecendo as mazelas impostas àquela população e, ao mesmo tempo, a grande riqueza cultural do país. Entretanto, Darling muda-se para os EUA com a tia, e lá se depara com novas dificuldades, como o preconceito de colegas, a confusão para entender aquela realidade, e a saudade da família, dos amigos e das amigas.