Por Vitor Moreno/ Folhapress
ALERTA: Este texto contém spoilers da quinta temporada de “Elite”.
Com duas temporadas (a 3ª e a 4ª) no ranking das dez mais consumidas de todos os tempos em língua não inglesa da Netflix, “Elite” volta para seu quinto ano com um aceno para os fãs brasileiros: um aluno nascido em terras tupiniquins.
Ivan, interpretado pelo carioca André Lamoglia, 24, é o que na comunidade LGBTQIA+ se convencionou chamar de “boy padrão”, branco, bonito, rico e cheio de privilégios. Na trama, ele é filho do fictício jogador de futebol português Cruz, que atuava no Brasil quando ele nasceu.
Logo de cara, Ivan chama a atenção de Patrick (Manu Ríos), o filho gay do diretor do colégio de Las Encinas, onde os ricaços da série estudam. Ele o segue até o banheiro, nas já famosas duchas da escola, onde ouve do novato que não é gay, mas que ele pode olhar o quanto quiser, porque ele não se importa. “Tá ficando de pau duro”, chega a comentar, em português.
Os dois têm em comum o fato de não se relacionarem bem com os próprios pais –o de Patrick é muito certinho, enquanto o de Ivan vive de festa em festa. Eles acabam desenvolvendo um “bromance”, uma amizade entre “brothers” (irmãos) cheia de afeto e de toques.
Seguro com a própria sexualidade, Ivan não vê problema de dormir na mesma cama ou de dar um tapinha na bunda do amigo. Patrick, porém, está sempre achando que vai conseguir trazer o amigo hetero para o lado colorido da força.
A história se complica porque Ivan se interessa por ninguém menos que Ari (Carla Díaz), a irmã gêmea de Patrick. Claro que a trama não seria rocambolesca o suficiente se a moça não estivesse firme e forte com Samuel (Itzan Escamilla), que é o bolsista tutoreado pelo pai dela na escola.
Outro drama da temporada é o de Mencía (Martina Cariddi), a irmã de Ari e Patrick. Apesar de o romance com Rebeka (Claudia Salas) ter esquentado a temperatura da temporada anterior, a moça começa os novos episódios ainda traumatizada com a morte de Armando (Andrés Velenscoso), que estava ameaçando revelar que ela foi garota de programa.
Depois de muitas tentativas de reaproximação, Rebeka desiste da relação. Só então Mencía reage e passa a correr atrás da amada, mas pode ser tarde demais.
A própria morte de Armando ainda está sendo investigada como um desaparecimento, já que o corpo dele não foi encontrado. Os alunos precisam dar suas versões e, como sempre ocorre nas temporadas de “Elite”, um novo crime deve envolver os jovens da escola.
Por falar em crime, o príncipe Phillipe Von Triesenberg (Pol Granch) terá que conviver com o desprezo dos colegas após a mulher de quem ele abusou sexualmente no passado tornar o caso público. Cayetana (Georgina Amorós) vai ficar do lado dele, tentando dissuadi-lo da ideia de deixar o colégio.
Porém, outra novata da temporada, Isadora (Valentina Zenere), vai tentar conquistar o príncipe. A argentina é herdeira de um império de baladas em Ibiza, DJ e influenciadora digital, além de nova vilã desbocada da série.
A moça aposta que, com um namoro entre os dois, todo mundo vai esquecer do caso de abuso sexual. Nos primeiros episódios, não fica claro se ela tem interesses ocultos ou se apenas quer ajudar Phillipe.
Por fim, Omar (Omar Ayuso) está sofrendo com a ausência de Ander (Aron Piper), que deixou a escola para viajar pelo mundo. Apesar de mandar mensagens de texto a todo momento, ele não recebe respostas.
O personagem vai conhecer o jovem refugiado Bilal (Adam Nourou), que mora em um abrigo e diz ser ameaçado por uma gangue no local. Ele tentará ajudá-lo, mas pode acabar se dando mal.
Ao contrário de outras produções, a série está retornando menos de um ano depois da temporada anterior, sem prejuízos de cronograma ocasionados pela pandemia. Isso porque o quinto ano foi gravado praticamente junto com o quarto, ainda em 2021.
Os novos personagens e intérpretes, incluindo o brasileiro Lamoglia, foram anunciados em fevereiro do ano passado, antes mesmo da estreia da quarta leva de episódios. Desde então, havia expectativa para descobrir detalhes sobre eles.
“Vou vivendo passo a passo, [estou] mais focado primeiro em fazer um bom trabalho aqui nas gravações, e me divertir fazendo o que amo”, disse o ator em maio de 2021 ao F5, quando estava em Madri, na Espanha, onde a série é filmada.
Ele também falou sobre o processo de construção do personagem. “Mesmo que seja um personagem totalmente diferente do que já fiz anteriormente, durante construcao do papel busquei construir aquela figura da forma mais detalhada possivel”, disse o ex-astro do Disney Channel.
“Suas particularidades, seus trejeitos, sua impostacao de voz, o jeito que olha, fala, anda…”, contou. “[Tudo] para garantir que quem ja conhecesse meu trabalho em ‘Juacas’, ‘Disney Bia’ e outros visse ali uma pessoa totalmente diferente, tanto de mim, quanto de outros personagens que ja interpretei.”
A sexta temporada da série, também já gravada, ainda não tem previsão de estreia. Uma das novidades anunciadas é o ator Ander Puig, que deverá ser o primeiro aluno transexual de Las Encinas.
Foto: Divulgação.