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Pela urgente aprovação do Parque do Rio Bixiga

Há 40 anos, um território de 11 mil m² no bairro do bixiga re-existe ao avanço da especulação imobiliária compulsória em São Paulo. último chão de terra livre no centro da cidade, as terras entre as ruas jaceguai, abolição, santo amaro e japurá, onde habita o Teat(r)o Oficina, são um vale fértil, em que se atualiza, ao longo dos anos, uma luta cosmopolítica pela vida.

O Parque do rio Bixiga é questão de saúde pública! É uma urgência que responde às emergências climáticas, abrindo precedentes para outras maneiras de fazer cidade, e viver nelas.

A 4 metros abaixo dos pés — e das patas, no epicentro nevrálgico dessas terras, corre, confinado em galerias de concreto, o rio do bixiga — cuja bacia vem descendo desde o platô da avenida paulista, até desaguar no vale do anhangabaú. é de 1893 o início das obras de retificação do canal, e consequente canalização do ribeirão do anhangabaú, seguidas por processos de canalização subterrânea (tamponamento) dos córregos a ele ligados (itororó, saracura e bixiga) e seus cursos — já na década de 30 estavam todos totalmente soterrados em galerias.

Assim como o ruralismo e o agronegócio, a mineração e as barragens, as madeireiras e a exploração de combustíveis fósseis, a especulação imobiliária e a compulsão falocêntrica por torres de cimento que arranham o céu ferem de morte territórios existências e ecossistemas vitais. a especulação imobiliária constrói cidades para necrose.

A luta que se trava nas terras do bixiga, e o movimento que aspira a regeneração do rio asfixiado, é também uma co-movência, uma força de muitas espécies, que se aliam à outras, e a muitos outros territórios vitais, onde se praticam modos de existir que reexistem, como em guarani se luta: tekoha. São lutas pelo direito à cidade, são lutas dos direitos não-humanos; são lutas de imaginação, e de uma imaginação cosmopolítica; são conflitos entre maneiras de existir; são lutas pelo direito de existir de outra maneira; são políticas pela vida; são invenções de mundos, de outras histórias; são fabulações de povos por vir, e que já estão.

Aqui, damos testemunho da construção de um mundo
E CHAMAMOS todas as pessoas ligadas à proteção da vida na terra neste momento, para que se liguem à nós!
pelo Bixiga, por São Paulo, por cada uma de nós!
Façamos uma barricada de afeto e luta contra as políticas de morte e massacre!

Contra soldados de concreto: MATAS CILIARES! Barricadas vegetais, minerais, animais, de povos mulher, lgbtq+, indígenas, pretas/es/os! Teatros, terreiros, crianças, quilombos, escola de samba, de soltar pipa, oficinas de florestas Y MAIS! ÁGUA TAMBÉM SE PLANTA!

Para assinar o baixo assinado clique aqui.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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